Durante a década de 80, a Parati foi sonho de consumo de muita gente. A molecada queria uma para colocar rodas da Variant II, de aro 14, faróis de neblina, pintar os frisos de preto e chamar atenção. Os mais velhos viam nesse modelo uma excelente opção para uso pessoal ou familiar, numa época em que o seguro de uma Parati não atingia as proporções astronômicas dos dias atuais.
Lançada como modelo 1983, era disponível com motor 1.6 MD270 nas versões S, LS e GLS. Até a coluna B era um Voyage (ou Gol, se preferir, embora este ainda contasse com mecânica “a ar”). Daí para trás era uma perua muito inspirada, com linhas baseadas na Passat Variant alemã daquela época.
Em 1987 ela passa pela primeira cirurgia plástica e ganha nova frente e pára-choques; em 1988, novo painel de instrumentos, espelhos externos, forrações etc.
Em 1989 chega a versão GLS 1,8-litro, top de linha. A má notícia ficou por conta da versão CL, que em 1990 passa a contar com motor de origem Ford, o AE 1600, que é muito inferior tecnicamente ao motor AP.
A Parati sofreria uma segunda mudança em 1991, quando sofreu o segundo face-lift de sua vida. Da mesma forma que o trabalho realizado em 1987, a “nova” Parati vinha com pára-lamas, capô, faróis, grande e lanternas dianteiras redesenhadas. Em 1992 o motor da versão GLS passa a ser o mesmo do Gol GTS, com o comando 049G, mais “bravo”. Em 1993 o motor AP volta a equipar a versão básica CL.
Em 1996 a Parati com a chamada carroceria BX dá lugar à AB9, que popularmente ficou conhecida como “Bolinha”. Foi apresentada nas versões CL, GL e GLS. A motorização era a mesma das versões anteriores, 1,6 litro, 1,8 litro e 2,0 litros (exclusiva para a GLS). Em 1997, duas novidades: a versão esportiva GTi, com 145 cv, e a adoção de injeção eletrônica multiponto para todas as versões.
Em 1998 a Parati ganha a esperada versão de quatro portas, pouco depois de receber o motor 1,0-litro 16V de 69,4 cv. No início de produção, embora não oficialmente, a VW teve de fazer uma série de ajustes nessa carroceria de quatro portas, uma vez que o modelo originalmente foi concebido para ter apenas duas portas. Tanto é que, em 2003, as colunas da Parati passaram a ser mais largas e reforçadas.
Em 1999, a Parati AB9 deixa de ser fabricada para dar lugar à Geração III, assim como toda a linha Gol.
Ela contava com nova frente, com faróis retangulares com um ou dois refletores em cada um; painel de instrumentos totalmente redesenhado, mais moderno, mas infelizmente ainda tão deficiente em termos de materiais como o anterior; rodas, acabamento interno, bancos etc.
As versões CL, GL e GLS deixam de existir, passando a haver apenas a GTi. É que a VW apresentou uma complicada configuração da gama, da mesma forma que vinha fazendo na Europa, com quatro “pacotes” (Básico, Luxo, Conforto e Estilo) e muitos opcionais livres, o que causa uma certa confusão no mercado de usados. Dessa forma, por exemplo, era possível que existisse uma Parati 1.0 16V completíssima, e uma 2.0 “pelada”.
A motorização partia justamente do 1,0-litro 16V, seguindo pelo 1,6 litro, 1,8 litro, 2,0 litros e chegando à versão GTi 2.0 16V. O motor 1,6-litro passa a ser oferecido também a álcool. Em 2000 também é lançada a versão 1,0-litro 16V Turbo, com 112 cv, que ficou no lugar do motor de 1,6 litro. Em fins de 2001 a VW decreta o fim dos pacotes lançados em 2000, pois definitivamente a coisa não estava funcionando...
Em 2002 o motor 1,0-litro 16V passa para 76 cv e é denominado Power. São lançadas ainda as séries especiais Summer, Sunset e Tour. Em 2003 a Parati passa por uma nova mudança, mas que, dessa vez, enfatiza a traseira. Embora os pára-choques, rodas e grade também tenham mudado, a tampa traseira e as lanternas deram a tônica dessa modificação, que deixou o carro mais moderno e bonito. Por dentro, novo painel, bancos e forrações – além de opcionais inéditos, como o alerta de velocidade – complementavam as mudanças.
Nesse mesmo ano surge a versão Crossover e a City bicombustível. Em agosto de 2004 chega ao fim o motor 1,0-litro 16V Turbo e a VW passa a dar garantia de 3 anos para motor e câmbio. Em fins de
2005 surge a Geração IV, com nova frente, pára-choques, rodas, acabamentos internos, painel semelhante o do Fox, numa dinâmica que a empresa utiliza há muitos anos. Finalmente, em fevereiro, é apresentada a versão Track and Field e o rastreador passa a ser oferecido gratuitamente em algumas cidades, devido ao alto índice de roubo – e, consequentemente, do prêmio de seguro – que a Parati vem tendo.
O maior problema ao se pensar numa Parati usada nos dias atuais não está no carro. Está no seguro... Na verdade, como já foi dito, o alto índice de ocorrências envolvendo a Parati tem tornado o valor do seguro alto demais para um carro dessa categoria. Consequentemente, os modelos usados passam a apresentar mais dificuldades para a revenda. Tirando esse pequeno detalhe, a Parati é um carro robusto, com mecânica consagrada e barata, que é sem dúvida um dos pontos altos da linha Gol. As peças existem em grande oferta e não é necessário recorrer às concessionárias para deixar o carro em ordem. Além disso, ela é econômica, anda muito bem e tem boa altura em relação ao solo, fator importante nas nossas castigadas ruas.
Entre os aspectos negativos está o acabamento interno, principalmente das Parati fabricadas a partir de 1996. O plástico é de má qualidade, que entorta e quebra sob calor ou ao menor esforço, além de se riscar com facilidade.
Carros que foram rebaixados ou que sofreram muito em buracos podem apresentar problemas de rachaduras nas torres de suspensão dianteiras ou sob a parede de fogo. Neste caso os pedais ficam balançando de um lado para o outro e há até mesmo entrada de água no interior do veículo.
Na Parati com carroceria BX (a quadrada), verifique se os acabamentos entre os pára-lamas dianteiros e o berço do motor não estão tortos ou com marcas de digitais. Em caso positivo, isso significa que os pára-lamas já foram removidos, um indício de batidas na dianteira, sem dúvida.
Quando se fala na Geração III as coisas são ainda piores e os acabamentos, que eram para ser superiores, se comparados aos da Geração II, são ainda mais frágeis. É muito comum a quebra das maçanetas internas, o que nunca deveria ocorrer numa situação normal. Os apliques plásticos sobre o painel racham e se quebram, principalmente o que se encontra em volta do botão de acionamento dos faróis. O mesmo se aplica aos tecidos dos bancos, finos, de má qualidade, que descoram e desfiam mesmo com uso cuidadoso. Nem mesmo o volante escapa e, após um certo tempo, a espuma começa literalmente a se desmanchar.
Na hora de comprar um modelo usado, da mesma forma que ocorre com as Parati mais antigas, verifique se há fumaça em demasia saindo pelo escapamento, o que pode significar problemas nos anéis ou nos retentores de válvulas. Nos modelos da versão CL, fabricados entre 1990 e 1993, verifique se a corrente de acionamento do comando não está fazendo barulho em demasia, o que denota problemas no tensor da corrente ou na própria corrente. Esse barulho se manifesta principalmente nas partidas, quando o motor ainda está frio.
No caso do motor 1,0-litro turbo, fique de olho na chamada válvula VVT, que é cara (R$ 1.250) e apresenta problemas com freqüência. Verifique a ocorrência de borra de óleo, já visível até mesmo pelo bocal de entrada do lubrificante na tampa de válvulas, principalmente nas versões equipadas com motor 1,0-litro turbo.
Carros que foram rebaixados ou que sofreram muito em buracos podem apresentar problemas de rachaduras nas torres de suspensão dianteiras ou sob a parede de fogo. Neste caso os pedais ficam balançando de um lado para o outro e há até mesmo entrada de água no interior do veículo. Problemas nos batentes dos amortecedores e nos rolamentos da torre também não são incomuns. A entrada de poeira, agravado a partir da GIII, também ocorre e para isso não há solução.
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